domingo, 4 de maio de 2014

Homem, HOMEM! Ouviu?!

Para quem tem "orgulho de ser e cheirar a "Homem", vai gostar deste lançamento de "cabra-macho". Sim um tal desodorante, convoca a todos que são Homens, daquele que segundo a própria publicidade estão em extinção, a usarem o produto que condiz com sua masculinidade.
Me espanta em tempos onde a intolerância ao próximo esta tão em foco na mídia e as vezes de maneira, "na minha opinião, um tanto extremista", que um produto segmente tanto o seu publico alvo, sem sequer pensar nas leituras que isso poderia gerar, sejam elas boas ou más. Mas não crucifico o comercial, pelo contrário levanto uma reflexão. 
Em um estudo a pesquisadora Denise Carvalho, do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP), que focou seus estudos no preconceito e nas questões raciais em estrevista a Noticias do Jardím de São Remo (Fonte njsaoremo Denise Carvalho ) responde a uma questão que é o foco do que quero levantar com esta minha publicação:
 -" DC: O grande problema é que o preconceito no Brasil é encoberto. As pessoas têm vergonha de se reconhecer como preconceituosas ou racistas. Porém, suas ações demonstram que elas veem no outro um estranho, que é perigoso em potencial. É necessário conscientizar a população de que o preconceito existe e deve acabar. Porque quando o problema não é reconhecido, ele não é tratado, ou é tratado com muita dificuldade."
Ficamos com medo de estarmos desatualizados na era moderna de feeds instantâneos, novas mídias, tecnologias...que o nosso comportamento não poderia ficar para trás. Muitos hoje dizem ser um absurdo o preconceito de qualquer gênero ou forma quando em público, agora será que de fato pensam assim?  
Hoje e "maneiro e descolado" dizer que não tem preconceito com nada, mas a coisa fica contraditória quando falamos em direitos iguais. Quais? Casamento entre pessoas do mesmo sexo, trocas de afeto em público, cargos restritos a pessoas por sua cor, julgar a capacidade de alguém por sua condição física ou metal, a violência gratuita por sua escolha sexual, entre outros. 
Acredito em um processo para que as coisas mudem e que estamos vivendo uma parte deste grande e longo caminho de exterminar a hipocrisia ao dizer que não existe preconceito e agirmos nas ruas de forma completamente diferente.
Certa vez um amigo de forma inocente cometeu esta "falha" ao dizer:
"- Não tenho preconceito com gays, tenho vários amigos. Agora só não quero que meu filho veja dois caras de mãos dadas e ache que aquilo é normal..."
Percebem o que estamos em uma era contraditória, onde o mundo diz que estamos evoluindo e melhorando? Mas e as nossas mentes estão acompanhando toda esta evolução ou ainda estamos presos a velhos conceitos do Homem, HOMEM... da mulher frágil e incapaz...dependente do HOMEM, do gordinho que nunca será capa de uma revista de beleza...entre tantas outras coisas que maquiamos, escondemos engolimos e  excretamos com uma nova forma e odor? Mas que no fundo tem o mesmo significado. Deixo aqui minha reflexão e por ser uma pessoa que acredita na humanidade, o profundo desejo de tentar contribuir com esta "evolução".



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